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quinta-feira, 8 de março de 2012



Feliz Dia Internacional das Mulheres


Por Cintia Bueno

Quando decidimos lançar o Blog Mulheres de Fato, no Dia Internacional da Mulher, pensei em fazer um texto falando das grandes mulheres da história do Brasil e do mundo. Depois de algumas pesquisas, percebi o quão longo seria esse texto. Então, resolvi escolher uma história, uma mulher que representasse todas nós, por sua força, garra, determinação e sensibilidade.

Nem Anita Garibaldi, Cleópatra, Rainha Elisabeth ou Joana D’Arc, resolvi falar de uma brasileira, uma mulher que expressa toda nossa cultura, em sua grandeza de coração e alma. A “mulher de fato” que decidi homenagear é a Dra. Silvia Nobre, a primeira indígena a fazer parte do exército nacional e atual Médica Fisioterapeuta e Segundo tenente Fisioterapeuta do Exército Brasileiro.

Depois de assistir a entrevista que a Dra. Silvia Nobre concedeu ao Programa Todo Seu, do apresentador Ronnie Von, fiquei encantada com a história de vida dessa guerreira e corajosa tenente.

Nossa “mulher de fato” é natural de uma aldeia indígena e aos 6 anos se mudou para Macapá, com o intuito de estudar. Porém, na escola somente as crianças brancas podiam hastear a bandeira do Brasil. Silvia passou toda a infância sonhando em ter esse direito, um ato de imensa representatividade para ela.

Mãe aos 13 anos, ex-moradora de rua e ex-vendedora de livros, Silvia buscou nos estudos o caminho de vencer a vida. Chegou a atuar na minissérie A Muralha, transmitida pela TV Globo, no ano de 2000, mas foi no militarismo, que Silvia realizou o seu grande sonho, de hastear a bandeira do seu país. Segundo ela, foi essa bandeira que a manteve de cabeça erguida e a fez superar todos os obstáculos da vida.

Mesmo ouvindo sempre que era a verdadeira brasileira, Silvia não entendia o motivo de ser a única criança, de sua classe, a não praticar um gesto tão simples. “Eu passei a minha infância inteira implorando, pedindo para hastear a bandeira do Brasil, mas só as crianças brancas é que podiam fazer isso e eu não entedia. Por que eu sendo brasileira não podia fazer aquilo, como as outras crianças. Então, todas as vezes que eu olhava aquela bandeira, a lágrima escorria e era uma tortura pra mim, porque eu queria muito aquilo”, declarou Silvia. E completou “Eu disse... Um dia eu vou hastear essa bandeira e o meu país vai ter orgulho de mim”.

Ao ouvir essas palavras, tive a certeza de que nós mulheres somos capazes de conquistarmos o que quisermos. Esse trecho de um poema, de autor desconhecido, resume bem a alma feminina “Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida. É lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora. É estar antes do ontem e depois do amanhã. É desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos”.

Nossa “mulher de fato” realizou o seu grande sonho ao se tornar a primeira indígena oficial do exército brasileiro. Com isso, finalmente, Silvia hasteou a bandeira brasileira na cerimônia de abertura dos  5° Jogos Mundiais Militares do CISM.

2 comentários:

  1. Adorei o texto.
    Muito bom ver esses exemplos de forca, garra e superacao.
    O dia da mulher foi ontem, mas todas nos MULHERES DE FATO, sabemos que todo dia e nosso! ;)

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  2. Que bom que gostou!!!
    Obrigada por nos prestigiar Ana Paula!!!
    Beijo!!

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